quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Negros Obscurantismos Obscuros Ocultos do Escuro

Quando aqueles olhos pairam na direção fatídica do meu imo
adulterando a placidez polida do observador então observado
a clausura libertária das orbes lascivas me envolve sorrateiramente
traio-me por estar atraído pelo perfume das melenas jogadas ao sabor de uma brisa venenosa
Serpente ardilosa
que sabe atingir o flanco da minha alma
Os calcanhares de aquiles que trago em uma cripta
são fustigados pela criatura grega
talvez de luz, talvez de treva
O que denota o olhar ferino ébano que me leva?
Doce ou amarga?
De ouro ou de prata?
Que significados têm os significantes lúgubres daquela inocência forjada?
Questões e questionamentos, fraquezas e destrezas
Seria franca?
Sorrateiros discursos que, em tempo, podem alterar o curso do destino
Eu sei que me espreita gatuna e manhosa
E sei que sabe que pode
Então, paciente, confia na solidez de seu bote
Lê as entrelinhas
sublinha o subliminar
Me faz esquizo e pareado
E
olhos obscuros, constantemente, em essência, deturpados
Me liberta e me prende nessa corrente de simulação
Digo e contradigo
Fujo e me aproximo
Chego e me afasto
Incólume e nefasto
Paradoxos antagônicos transversais
Transverso me faz
Se já não posso desistir, que consiga seguir em paz
e assim se desfaz ou que se desfaça
O que passa, mas não para
nessa insistente trama que é uma tara
uma quase perversão
de seguir inventando ambíguas duplicatas formas de paixão