terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Jupiter Maçã



Lançado na Espanha, pelo selo Elefant, “Uma Tarde na Fruteira” [o disco era para ser chamado Una Tarde En La Fruteria], consolida mais uma vez um ótimo trabalho, tal como foi o “A Sétima Efervescência” [lançado em 1996 pelo selo Antídoto e depois relançado nacionalmente no ano seguinte pela Polygram].
O disco carregado de hits “funciona”, digamos assim, como uma coletânea lá fora, pois no total são 17 faixas, sendo 10 do próprio Fruteira, 3 do Plastic Soda e 4 do Hisscivilization. A capa apresenta um lay-out de capa reverenciando a gravadora carioca Elenco que lançava discos de bossa nova nos anos 60, além do encarte com as letras.
Começa com: “A Marchinha Psicótica de Dr. Soup” e suas atmosferas tropicalistas, “Tema de Júpiter Maçã” coloca The Kinks e The Who no mesmo liquidificador, “Base Primitiva Revisitada” e “Act Not Surprise”, ambas tem a participação de Zé do Trumpete no respectivo instrumento. “Menina Super Brasil” é uma das melhores, é bem dançante.
“Little Raver” tem um instrumental Simon & Garfunkel e um belo refrão. “Síndrome de Pânico”, outro petardo apresentando alguns riffs perdidos das sessões de gravação de Rubber Soul dos rapazes. “Um Sorvete com Vocês” parece que você está em 1967 escutando Os Mutantes (!).




Sinto muito quando penso que as pessoas gostam de vê-lo no pior estilo Syd Barrett (e no andar da carruagem fica fácil perceber que ele tem de tudo para se tornar um) e fico triste em pensar que essa genialidade toda esta relegada a um país de terceiro mundo que não valoriza seus artistas e que nem sequer sabe disso. Não tem cultura suficiente para cuspir na estrutura como diria o bom, velho e morto Raul Seixas. Não tem sensibilidade para entender os processos artísticos.