segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Um Junkie em Dourados

       


       Getúlio foi ao cinema. Estava fechado. Motivo? Chuva.
       Como o cinema estava fechado ele resolveu dar uma volta por Dourados.
       Por volta da meia noite encontrava-se ele em um bar “underground” douradense.
       No bar ele entabula conversa com um rapaz que tinha o apelido de Zumbi. Por seu nome Marcos ninguém o conhecia.
       Zumbi tinha mais dois de sua grei que se chamavam Luiz e Rogério.
       Com Luiz e Rogério cheirou cocaína, tomou vodca e cerveja.
       O resultado da noite para ele fora constatado no dia seguinte como uma bela experiência de perda de tempo.
       Não se perdoava por ter chegado às quatro e meia da manhã, dormir o dia todo e despertar somente às seis da tarde. Perdeu um lindo dia chuvoso, seu favorito por uma ridícula noite pesudojankie.
       Percebera nesse momento que não tinha aptidão para uma vida junkie junto ao baixo clero, onde a cocaína era de péssima qualidade e o crack era acessível. Logo crack. Ele odeia crack.
       A noite anterior lhe mostrou que antes estar só do que mal acompanhado.
       Para não dizer que tudo lhe foi ruim, ele aconselhou um dos jovens indeciso a cursar licenciatura.      
       Ele espera que o rapaz faça vestibular e deixe essa vida de consumidor de cocaína de baixa qualidade.
       Ao final do conselho eles tiveram que sair às pressas do bar por que alguém iria dar uns tiros em um dos rapazes que lhe acompanhavam e ele não queria ser alvo de uma bala perdida.

       Bar Chopperos e Satifaction não lhe verão tão cedo.

Tenho!



 Hoje tenho ódio das aparências, dos perfis perfeitos nos aplicativos, da compreensão fingida do início. Hoje tenho ódio da paixão que não continua com os defeitos. Hoje tenho ódio de quem se apresenta de um jeito para agradar e não assume o que é desde o primeiro encontro. Espumoso ódio daquele que tudo concorda para depois sabotar, que tudo aceita para depois sonegar, que tudo quer para depois rejeitar. Indomável ódio da loucura invisível das pessoas, que são sempre certas e exatas em seus raciocínios e volúveis em seus desejos. Imenso ódio dos que jamais dobram os braços para agradecer e os joelhos para rezar. Absoluto ódio da confiança, palavra traiçoeira, que é apenas mais um sinônimo para esperança. Insaciável ódio das frases ditas para sempre e que não duram nem alguns meses. Invejável ódio da convivência de afeto, espaçado e de ternura episódica. Incomparável ódio do egoísmo disfarçado de independência. Implacável ódio da crueldade que todos recebem quando se desarmam por completo. Incompreensível ódio de me expor, pois não há como se esconder dos próprios sentimentos.
Hoje estou desencantado do Amor. Mas só hoje...