segunda-feira, 12 de maio de 2014

AMOR DE CARNAVAL



   


    O carnaval pode ser uma época triste onde solteiros procuram um amor eterno disfarçado de uma paixão fugaz.
    Casadas e casados sofrem com as brigas que convenientemente a época traz atrelado ao sumiço da cara-metade que se perde entre orgias e salões. Por esses e outros fatores é possível que o carnaval possa ser triste para certo número de pessoas.
    Havia um jovem que estava na faixa dos vinte anos e acreditava ter encontrado a mulher de sua vida. Sentia-se o mais afortunado dos homens. Tão moco e já contemplado no consórcio do amor.
    Conhecera de vista a menina de sua escola, mas, conversara com ela pela primeira vez uma reunião na casa de um amigo em comum. A paixão foi fulminante.
   Sonhos e devaneios de uma cinematográfica vida perfeita a dois tendo ela e ele como protagonistas não saia de sua cabeça. A sensação era celestial, não queria mais nada da vida.
    Transcorridos oito meses de intensa paixão, chega o carnaval e suas tentações.
    Subitamente na semana que antecedia o carnaval ela virou uma verdadeira fera na segunda-feira. Na terça ficara rabugenta, frígida na quarta, ausente na quinta e extremamente violenta na sexta.
   Uma briga em que palavras foram usadas como lâminas sangrando o mais nobre dos sentimentos e evocando os mais horrendos que um coração magoado e ferido pode ter.
   Sumiu na madrugada da sexta-feira. Madrugada esta que inaugura os devaneios permitidos de uma legítima festa da carne. Um mar de braços, pernas e bocas lânguidas e envolventes.
   Nunca mais vira seu suposto amor. Sumiu na sexta fatídica de um carnaval entre lantejoulas, camisinhas, bebidas e prazeres.