sábado, 18 de dezembro de 2010

"Diamantes de Pedaços de Vidro"

E se eu pudesse dizer diretamente a ti que o segredo da vida é viver?

Será que bastariam as palavras ditas para te fazer entender?

Tem coisas que a fala dos sentimentos sentidos não pode falar

Quando dizer é mentir, e ficar quieto, omitir

o que nos resta é gritar calado

E calado eu sigo sem ser seguido

Afinal é melhor estar só quando se está perdido

Será?

Se quando me perco e estou perdido mas estou contigo, o destino não importa

E se a cada esquina a vida nos bate a porta

Procuro a chave do portão que abrirá teu coração

Mas não quero expor o nervo nem extirpar a flor

Não sei rezar nem tenho metáforas a propor

Tenho lembranças e um perfume

Uma ferida que não sangra, uma cicatriz sem dor [?]

Se por sofrer calado me consideras premiado

Trocaria este prêmio mudo pelo brado de ter-te mesmo derrotado

Se sabes por ti, rendo-me por nós

À deriva estou, à deriva estarei

Se o mundo a seis meios não comporta dois pares

A liberdade estaria em outros mares?

Entrego-me à sabedoria do eterno presente

e que leve o que serei para longe do que sou e do que seria

Liberdade é o acaso de autodestruir-se e aguardar a harmonia