domingo, 24 de maio de 2009

Os Crimes Continuam, Mas A Justiça Há De Ser Feita, Nem Que Com As Próprias Mãos.



Novamente ocorreu um assassinato de cães no Campus do Vale da UFRGS. Dessa vez, o requinte de crueldade foi aprimorado ao máximo: o cão, um dos mais dóceis presentes na universidade, foi levado até a estação de tratamento de esgoto da UFRGS – local que, devido ao risco de acidentes e importância, deveria permanecer fechado ou monitorado 24 horas por dia, e lá foi jogado VIVO, no tanque profundo. O cão lutou pela vida durante muito tempo, talvez mais do que meia hora, levando em consideração as inúmeras e profundas marcas deixadas no concreto maciço do tanque.

Entretanto, pelo cansaço e, provavelmente, hipotermia, causada pela água gelada, o cão faleceu. O corpo só foi encontrado – BOIANDO – na Segunda-feira, 11/05/2009, por um funcionário da estação, o qual enterrou o corpo do cachorro nas proximidades do tanque.

O funcionário não quis se identificar por estar no quadro de pessoal da UFRGS e ter medo de retaliações. Após as denúncias feitas pela mídia sobre o envenenamento de 7 cães, todas as pessoas envolvidas na causa animal sofreram ameaças diretas e indiretas. Uma delas consistiu no vazamento verbal, “acidental”, em forma de “fofoca” sobre uma possível operação arquitetada com o intuito de “remover” todos os cães presentes no local. Tendo em vista que o território é de jurisdição administrativa da UFRGS, autarquia Federal, nenhum órgão tem competência para entrar sem prévia autorização, nem mesmo a Zoonose de Porto Alegre, a qual, mesmo se obtivesse autorização, não poderia operar, pois alegou estar superlotada, sem possibilidades de aumentar o número de animais em suas dependências. Ou seja, o provável procedimento está sendo feito à revelia da lei; uma ordem descendente que seria realizada por alguém sem autorização. A ameaça direta consistiu no comunicado informando a destruição do canil improvisado, construído pelo pessoal que cuida dos animais. O canil é essencial à continuidade do projeto, sem ele todos os cães estarão desamparados. A universidade alega que a área (MATAGAL), é de vital importância.

Esse ato é uma tentativa de assustar os envolvidos com a causa animal, uma ameaça, uma represália às denúncias feitas à mídia. Desde o dia em que a matéria sobre o envenenamento fora divulgada nos veículos de comunicação, muitos incidentes vêm ocorrendo: portas dos canis arrombadas; cachorros jogados em buracos profundos; cachorros levados a cidades distantes; e até cachorros que aparecem com machucados espalhados pelo corpo.

Outro ponto que chama a atenção nesse crime é o fato de no Campus haver, além de seguranças do quadro público, uma empresa privada de segurança, Rudder, que TEORICAMENTE toma conta do patrimônio Federal. Contudo, a fortuna que sai dos cofres públicos para ser empregada em segurança não impede que qualquer um ande livre e despreocupadamente pelas dependências do Campus, inclusive portando armas, drogas e bebidas. Dentro do Campus Vale há inúmeros “pontos de encontro” dos alunos, lugares usados também para o uso de drogas e sexo, como “A Toca” e a “Estufa”. Todavia, são lugares usados pelos alunos em dias “letivos”, mas por vagabundos e estupradores nos fins de semana e feriados.

A realidade de quem estuda no Vale é esta: INSEGURANÇA! Estupros e assaltos são comuns, mas abafados pelo pessoal que não tem controle e muito menos interesse em filtrar quem entra ou sai do Campus.

Seria muito interessante coletar informações da Rudder sobre o procedimento da segurança empregado no Vale. Provavelmente eles dirão: “nós não temos como controlar todo o Campus, porque ele é grande e aberto”. Mas então O QUE ELES FAZEM LÁ? Se qualquer um pode atrair um cão até uma área restrita e fechada, e esperá-lo morrer afogado; dar veneno a vários cães; e cavar buracos de mais de 2 metros de profundidade, qualquer um pode fazer o que quiser nesse Campus.

Se questionado sobre a segurança, qualquer aluno que estude no Vale dará uma resposta unânime: NÃO ESTAMOS SEGUROS!

Qualquer um tem acesso ao Vale nos Sábados e Domingos, e a cena é a de descaso: seguranças sentados, que nem se preocupam com a nossa presença, nem sequer perguntam quem se é ou o que se quer.

Ultimamente estão sendo assassinados cachorros, amanhã – como já houve anteriormente – serão pessoas.