segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Obama É POP


O rei Obama destronou a rainha Elizabeth, tornando-se o mais pop monarca do primeiro mundo. Agora, o “império do mau” foi conquistado, livrado das garras do terrível Bush, e, no que depender do presidente camarada, todos os súditos terão tratamento VIP e o império passará a ser chamado de “império arco-íris”, onde vai imperar somente a paz e o amor.

Dentre os súditos contemplados estão, primeiramente, o bonachão do trópico sul, Lula; passando pelo indígena cocaleiro, Evo Morales; o eterno senhor dos charutos, Fidelito; e chegando, até mesmo, aos terroristas perversos, mas ainda sim humanos, da desumana prisão de Guantánamo – herança dos restos mortais da dark era Bush.

Estas são só uma pequena fração de tudo o que – em tese – está sendo feito pelo presidente mais humano de toda a história dos states. No entanto, há de se ressaltar que o Estados Unidos é o pais de Hollywood e de muitos dos “queridinhos da América”, e que, diferentemente da linearidade e superficialidade dos personagens que o ocidente tanto idolatra, a vida real é uma Tragédia Grega, com personagens esféricos e complexos; o mocinho não é mocinho até o final da trama, e o vilão, muitas vezes, transparece traços de hombridade. Por mais que seja difícil de desassociar, quem está no governo não é Luther King, ou a heroica juventude revolucionária. Quem está no poder são os mesmos velhos senhores da guerra da velha política conservadora e intransigente norte-americana. Ainda que dessa vez a maquiagem e jogo de luzes tenha ajudado, Obama é o mesmo clichê “american way of life”. O presidente pop, nada mais é do que a Elizabeth Sam. De que adianta QUERER fechar Guantánamo se o judiciário diz não PODER; de que adianta QUERER uma aproximação da ilha dos charutos se a política externa diz não PODER; de que adianta QUERER firmar pactos com as nações subjugadas se o imperialismo diz não PODER?

E nesse jogo de palavras entre poder e querer é que o mundo vai assistindo ao velho filme midiático: o povo vê o que eles QUEREM revolucionar, e o PODER mantém tudo em seu devido e apropriado lugar.