Maurinho
explicou-me que o homem entra em contato com a natureza através da ação sobre
ela: - Não é errado arar a terra para produzir seu alimento, tão pouco produzir excedentes para trocar ou
comercializar com o vizinho. Com certeza ele produzirá outro alimento ou algo
que será útil a você que poderá ser trocado ou comercializado também.
Maurinho foi
além, disse-me que se deve levar em conta além da subsistência; a existência.
Ouvindo voz daquele homem de gestos simples e suaves,
educação impecável, soube que estava diante de um grande ser.
Um ser digno e
nobre que herdou uma missão; não digo invejável, mas, louvável e
recompensadora: Ser responsável pelo Portal do Roncador, entrada da Serra onde
encontra-se um dos mais famosos picos do
roncador, visitado por pessoas do mundo inteiro, chamado de “Dedo de Deus”.
Maurinho dizia:
- O homem não precisa de status. Precisa executar suas vontades nobres. É aí
que mora a existência. Em tom professoral continuou: - subsistência é como subsistir. É uma “quase
vivência”. Não chega ser uma vida, subsistir é menos que viver. Se lembrarmos
de que a maioria dos brasileiros e outras subnações estão na mesma condição,
compreender isso torna-se triste e constrangedor.
(in memorian a Sandro Vedoy da Silva)